quinta-feira, 26 de março de 2015

12º Dia de Campanha - Funchal - O Apelo ao voto no PCTP/MRPP como o voto consciente de quem é pobre e explorado

Percorrendo as principais artérias da Baixa da capital da Região, os candidatos do Partido , fizeram um contacto próximo com dezenas de cidadãos e cidadãs a quem distribuíram o Livrinho e mobilizaram para o respectivo conteúdo.

31 de Janeiro, Fernão Ornelas por um lado e Gonçalo Zarco e Avenida do Mar por outro, foram os trajectos das brigadas que confluíram depois no Mercado dos Lavradores, onde, com particular envolvimento dos camaradas Alexandre Caldeira e Garcia Pereira,  se desenvolveu um amplo e participado debate com muitos cidadãos, e em que o discurso se centrou na necessidade de o povo da Madeira dar o seu voto ao PCTP/MRPP para, não apenas impedir a maioria absoluta do PSD, como para viabilizar a defesa e execução das medidas do programa de emergência apresentado pelo Partido.

Da parte da tarde, realizou-se, como se deu notícia, uma homenagem simbólica da candidatura ao grande Poeta madeirense Herberto Hélder.

Homenagem ao Poeta Herberto Helder

A Candidatura do Partido acaba de realizar uma homenagem ao grande poeta Herberto Helder, natural do Funchal e recentemente falecido.
Numa singela iniciativa junto ao prédio onde nasceu o Poeta – na Rua da Carreira, nº 284, na cidade do Funchal -, o camarada Garcia Pereira evocou essa grande figura da literatura e um dos maiores poetas portugueses, proferindo as seguintes palavras:

Nasceu aqui, no n.º 284 da Rua da Carreira, na cidade do Funchal, na ilha da Madeira, a 23 de Novembro de 1930.
   
   
Quando nasceu, chamava-se Luís Bernardes de Oliveira.
       

Morreu também num dia 23, mas de Março de 2015, com oitenta e quatro anos, de repente e sem aviso prévio, como é próprio dos poetas, na sua casa em Cascais.
      Quando morreu chamava-se Herberto Helder, e era apenas um dos maiores poetas portugueses de todos os tempos e de todas as literaturas.
        

Foi um homem de sete ofícios, depois de frequentar em Coimbra as licenciaturas de Direito e de Filologia Românica, que não quis completar, mas foi de tudo um pouco: operário, meteorologista, publicitário, agente de propaganda médica, condutor de marinheiros para casas de prostituição em Amesterdão, jornalista, encarregado das bibliotecas ambulantes da Gulbenkian, ajudante de cozinha, repórter de guerra.
      Mas no fundo, um homem de um só ofício – o ofício cantante – aliás título de um dos seus mais inesperados livros de poesia.
     

Nós vimos aqui homenageá-lo, porque, não tendo sido ele nem fadista nem jogador de futebol, estar-lhe-á vedada a entrada no Panteão Nacional, assim como o luto do país, oficialmente decretado, decerto reservado para as mortes de primeiros-ministros e presidentes da república, ignorantes e incultos, mas muito conhecidos em Massamá e em Boliqueime…
        

À Madeira pode faltar e falta mesmo muitas coisas em tempos de austeridade, desemprego, fome e miséria. Mas não faltam poetas da mais alta estirpe, nem poesia da mais deslumbrante beleza.
      

Façam o favor de ler Herberto Helder e outros que há mais ou menos tempo também nos deixaram, como Álvares da Nóbrega, António Aragão, Cabral do Nascimento, entre outros. Mas também os ainda felizmente vivos, como Irene Lucília, José Agostinho Baptista, Vial Moutinho ou José Tolentino de Mendonça, entre muitos e muitos outros.

A finalizar, Garcia Pereira leu ainda o seguinte poema:

BICICLETA

Lá vai a bicicleta do poeta em direcção
ao símbolo, por um dia de verão
exemplar. De pulmões às costas e bico
no ar, o poeta pernalta dá à pata
nos pedais. Uma grande memória, os sinais
dos dias sobrenaturais e a história
secreta da bicicleta. O símbolo é simples.
Os êmbolos do coração ao ritmo dos pedais —
lá vai o poeta em direcção aos seus
sinais. Dá à pata
como os outros animais.

O sol é branco, as flores legítimas, o amor
confuso. A vida é para sempre tenebrosa.
Entre as rimas e o suor, aparece e des
aparece uma rosa. No dia de verão,
violenta, a fantasia esquece. Entre
o nascimento e a morte, o movimento da rosa floresce
sabiamente. E a bicicleta ultrapassa
o milagre. O poeta aperta o volante e derrapa
no instante da graça.

De pulmões às costas, a vida é para sempre
tenebrosa. A pata do poeta
mal ousa agora pedalar. No meio do ar
distrai-se a flor perdida. A vida é curta.
Puta de vida subdesenvolvida.
O bico do poeta corre os pontos cardeais.
O sol é branco, o campo plano, a morte
certa. Não há sombra de sinais.
E o poeta dá à pata como os outros animais.

Se a noite cai agora sobre a rosa passada,
e o dia de verão se recolhe
ao seu nada, e a única direcção é a própria noite
achada? De pulmões às costas, a vida
é tenebrosa. Morte é transfiguração,
pela imagem de uma rosa. E o poeta pernalta
de rosa interior dá à pata nos pedais
da confusão do amor.
Pela noite secreta dos caminhos iguais,
o poeta dá à pata como os outros animais.

Se o sul é para trás e o norte é para o lado,
é para sempre a morte.
Agarrado ao volante e pulmões às costas
como um pneu furado,
o poeta pedala o coração transfigurado.
Na memória mais antiga a direcção da morte
é a mesma do amor. E o poeta,
afinal mais mortal do que os outros animais,
dá à pata nos pedais para um verão interior.




quarta-feira, 25 de março de 2015

11º Dia de Campanha - Encontro com a Direcção da Associação de Estudantes da Universidade da Madeira / São Roque e Bairro da Nazaré (Funchal) Bairro da Nogueira (Camacha) e Caniço

O vosso programa é o que traz muitas coisas de que os outros partidos não querem sequer falar - Trabalhador no Caniço

Uma delegação da candidatura constituída pelos candidatos Alexandre Caldeira, Fernanda Calaça e Zita Matos e em que se integrou o camarada Garcia Pereira, deslocou-se à Universidade da Madeira (Tecnopolo), onde, para além de um intenso e proveitoso contacto e debate com os estudantes sobre o programa do Partido para a Universidade e ensino, se reuniu com a Direcção da Associação de Estudantes. Esta reunião decorreu de forma muito cordial e permitiu à candidatura expressar de viva voz a concepção e as propostas para uma Universidade da Madeira verdadeiramente autónoma e motor da própria autonomia, da democracia, do movimento identitário da madeiranidade, do desenvolvimento económico e do progresso científico.

Da troca de ideias a este propósito, foi grato para os candidatos verificar a admiração e apreço pelas posições do Partido sobre o papel da nova Universidade da Madeira e dos seus objectivos: ciência, criatividade, inovação, desenvolvimento e progresso.

As brigadas da candidatura prosseguiram em caravana uma deslocação aos bairros populares do Funchal, iniciando-a pela freguesia de são Roque e seguindo depois para o Bairro da Nazaré.

Uma das brigadas esteve depois no Bairro da Nogueira, na Camacha, onde os respectivos moradores, começando por reagir epidermicamente como se tratasse de um dos partidos que os têm enganado, logo que identificaram a candidatura envolveram-se num fraternal convívio, manifestando-se uma clara identificação dos objectivos de luta do Partido com situações como a de um ex-trabalhador de uma empresa de segurança no desemprego há quatro anos sem subsídio de desemprego. No final, foram várias as declarações de intenção de voto no Partido.

Uma segunda brigada esteve em contacto com a população do Caniço, onde fez um entusiástico trabalho de propaganda com uma excelente receptividade ao programa político eleitoral. Eles não podem ter a maioria absoluta! – foi assim que se exprimiu com determinação um trabalhador. E é para isso que se torna necessário votar no PCTP/MRPP!



terça-feira, 24 de março de 2015

10º Dia de Campanha - Por terras de Ribeira Brava, Boca de Encumeada, São Vicente, Porto Moniz, Sítio dos Lamaceiros, Estreito / Funchal – Reunião com o Núcleo da Direcção da Madeira do Sindicato da Energia (Sinergia)

Somos pequenos mas havemos de ser grandesTrabalhadora em Porto Moniz 

Animados de grande entusiasmo e dedicação, os candidatos do Partido, contando com a presença e apoio do camarada Garcia Pereira, dedicaram o dia de ontem a percorrer incansavelmente vários concelhos e sítios do interior e norte da Madeira.

Assim, começaram com uma deslocação aos bombeiros de Ribeira Brava, onde estabeleceram um animado debate com os bombeiros de serviço a quem entregaram o programa eleitoral do Partido.

Sempre acompanhados do carro da sonora, os candidatos seguiram depois em direcção a São Vicente e Porto Moniz, passando pela Serra de Água, Boca de Encumeada, Chão de Louro, Nossa Senhora do Rosário, Lamaceiros e, depois de Porto Moniz, para Santa e Achadas da Cruz.

A candidatura esteve ainda no Seixal, Ribeira da Janela, Feiteiras e, finalmente, no Estreito, onde permaneceram cerca de uma hora, distribuindo mão a mão mais de quatro centenas de programas,  e calcorreando depois Pico da Torre e Lazareto.

Foram inúmeros os trabalhadores e outros elementos do povo contactados pela candidatura, sempre com um caloroso acolhimento – bombeiros (para além dos de Ribeira Brava, os Voluntários de São Vicente/Porto Moniz), guardas florestais (Chão de Louro e Santa), operários desempregados da construção civil (Hotel da Encumeada), trabalhadores do comércio (Porto Moniz).

No Sítio de Lamaceiros, uma mulher revoltada com a situação em que é obrigada a viver  - fica quase sem dinheiro para comer para poder continuar a ter a filha a estudar – dirigiu-se aos candidatos com toda a veemência: o voto é livre e eu voto no MRPP!!

Por todo o lado por onde foram passando, dos centros das vilas e sítios às veredas mais recônditas, os candidatos do Partido iam sendo agradavelmente surpreendidos com a excelente recepção que o programa eleitoral – o Livrinho – ia obtendo.

Enquanto este trabalho de propaganda decorria, uma delegação da candidatura, integrada pelos candidatos Alexandre Caldeira, Zita Matos e Fernanda Calaça, e em que se integrou o  camarada Garcia Pereira, teve uma reunião, no Funchal, com a direcção do Sinergia na Madeira, reunião que decorreu num ambiente cordial e onde a candidatura se inteirou dos problemas dos associados deste Sindicato e a quem teve oportunidade de expor os pontos essenciais e medidas propostos no programa politico eleitoral.